Morre o ditador norte-coreano Kim Jong-Il

SEUL (AFP) – O líder e ditador norte-coreano Kim Jong-Il faleceu no sábado vítima de um ataque cardíaco e seu filho Kim Jong-Un foi designado como sucessor, anunciou nesta segunda-feira a televisão estatal do país mais fechado do mundo, muito pobre mas que possui a arma nuclear.

Kim Jong-Il, de 69 anos ou 70, dependendo da fonte, faleceu no sábado 17 de dezembro às 8H30 (21H30 de Brasília, sexta-feira), anunciou entre lágrimas uma apresentadora do canal de televisão estatal.

O falecido ditador herdou o poder após a morte, em 1994, do pai, Kim Il-Sung, fundador da República Democrática da Coreia do Norte, instaurando assim a primeira dinastia comunista da história, na qual imperam o culto à personalidade, a censura, as execuções e as prisões arbitrárias.

A Agência Central de Imprensa Coreana (KCNA), canal privilegiado do regime, pediu à população que reconheça o filho mais novo de de Kim Jong-Il, Kim Jong-Un, nascido em 1983 ou 1984 segundo as fontes, como sucessor na chefia do Estado norte-coreano.

“Todos os membros do Partido (dos Trabalhadores), os militares e o povo devem seguir fielmente a autoridade do camarada Kim Jong-Un e proteger e reforçar a frente unida do partido, do Exército e da cidadania”, afirma uma nota da KCNA.

O anúncio da morte despertou alertas na região e em todo o mundo.

Os presidentes dos Estados Unidos e da Coreia do Sul, Barack Obama e Lee Myung-Bak, conversaram por telefone e concordaram em reforçar a cooperação em termos de segurança.

“O presidente (Obama) reafirmou o forte compromisso em favor da estabilidade da Península Coreana e da segurança de nosso aliado, a República da Coreia”, afirma um comunicado da Casa Branca.

“Os dois líderes concordaram em permanecer em contato estreito contacto para acompanhar o desenvolvimento dos acontecimentos. Decidiram ordenar a suas equipes de segurança nacional que continuem em estreita coordenação”, compelta a nota.

O presidente da Coreia do Sul pediu a seus cidadãos que mantenham a calma após o impacto provocado pelo anúncio da morte do ditador norte-coreano.

“O presidente Lee pede à população que compareça a suas habituais atividades econômicas sem alvoroços”, afirmou uma alto representante da presidência.

O Exército sul-coreano colocou suas tropas em alerta na fronteira com o vizinho do Norte, mas até o momento não foi detectade nenhuma atividade fora do comum.

O governo sul-coreano convocou em caráter de urgência um Conselho de Segurança Nacional, segundo a agência Yonhap.

Coreia do Sul e Coreia do Norte continuam tecnicamente em guerra desde o conflito de três anos entre os dois países, que acabou com um armistício em 1953.

A China, um dos raros aliados da Coreia do Norte, apresentou nesta segunda-feira “profundas condolências” pela morte do dirigente norte-coreano.

A influência econômica chinesa sobre o vizinho norte-coreano, cuja economia registrou uma queda considerável, aumentou desde que a Coreia do Sul e os países ocidentais interromperam a ajuda ante a ameaça nuclear da Coreia do Norte.

A China é um vizinho e importante aliado deste isolado Estado stalinista.

Analistas consideram que a morte de Kim Jong-Il preocupa os dirigentes chineses, que estão obcecados com a estabilidade e provavelmente temem que Kim Jong-Un não tenha tempo suficiente para controlar o governo e os militares.

O governo japonês também convocou uma reunião do gabinente de segurança e expressou condolências pela morte de Kim, um ato inesperado pelas relações tensas entre os dois países.

“O governo expressa condolências após o repentino anúncio da inesperada morte do presidente da Comissão de Defesa Nacional da Coreia do Norte, Kim Jong-Il”, declarou o porta-voz do governo, Osamu Fujimura.

“O governo japonês espera que esta situação não tenha consequências negativas para a paz e a estabilidade da península coreana”, completou.

A imprensa estatal de Pyongyang não informou em um primeiro momento a causa da morte do líder norte-coreano, que sofreu em agosto de 2008 um derrame cerebral, mas a KCNA informou que ele faleceu em consequência de um “infarto do miocárdio severo e de uma crise cardíaca” quando viajava de trem em um de seus deslocamentos habituais para fora da capital. No domingo foi executada uma necropsia.

O funeral acontecerá no dia 28 de dezembro em Pyongyang, segundo a KCNA. O período de luto foi declarado de 17 a 29 de dezembro.

As Bolsas de Seul e Tóquio registraram baixas expressivas nesta segunda-feira após o anúncio da morte de Kim Jong-Il.

Em Seul, o índice KOSPI perdeu 3,43%, a 1.776,93 pontos, em consequência da incerteza sobre o futuro do vizinho Estado comunista, que possui armamento nuclear.

Em Tóquio, a queda foi de 1,26%. O índice Nikkei cedeu de 105,60 pontos, a 8.296,12 unidades.

Fonte:
Carta Capital

O Conversa Afiada republica texto de Mauro Santayana, extraído do JB.
Diante de tamanho sensacionalismo com a imagem de Muammar Khadaffi, o autor faz uma crítica e mostra uma visão diversa da que vem sendo amplamente divulgada pela mídia regular.

Chega de sangue

por Mauro Santayana

Diante da imagem de Kadafi trucidado, e dos aplausos de Mrs. Clinton e de dirigentes franceses, ao ver o homem seminu e ensangüentado, recorro a um testemunho indireto de Henri Beyle – o grande Stendhal, autor de Le Rouge e le Noir – de um episódio de seu tempo. Beyle foi oficial de cavalaria e secretariou Napoleão por algum tempo. Em 1816, em Milão, Beyle ficou conhecendo dois viajantes ingleses, o poeta Lord Byron e o jovem deputado whig John Hobhouse. Coube a Hobhouse relatar o encontro, no qual Beyle impressionou a todos os circunstantes, narrando fatos da vida de Napoleão. São vários, mas o que nos interessa ocorreu logo depois da volta do general a Paris, em seguida à derrota em Moscou. Durante uma reunião do Conselho de Estado, da qual Beyle foi o relator, descobriu-se que Talleyrand havia escrito três cartas a Luís de Bourbon, que restauraria, dois anos mais tarde, o trono. As cartas, que se iniciavam com o reconhecimento de vassalagem, no uso do pronome “Sire”, revelavam que o bispo já conspirava contra o Imperador. Os membros do Conselho decidiram que Talleyrand devia ser castigado com rigor – ou seja, condenado à morte. Só um homem, e com a autoridade de “arquichanceler” do Império, Cambacérès, se opôs, com voz firme: Comment? toujours de sang? Napoleão, que estava deprimido com as cenas de seus soldados mortos no campo de batalha, ficou em silêncio.

O sangue que se verteu no século passado devia ter bastado, mas não bastou. Iniciamos este novo milênio com muito sangue e a promessa de novas carnificinas. O cinismo dos que exultam agora com a morte de Kadafi, ao que tudo indica linchado pelos seus inimigos, após a captura, dá engulhos aos homens justos. Os que levaram a ONU a aprovar os bombardeios brutais da OTAN contra a população líbia haviam sido, até pouco tempo antes, parceiros do coronel na exploração de seu petróleo, indiferentes a que houvesse ou não liberdade naquele país. Mas Kadafi não era apenas o ditador megalômano, que vivia no luxo de seus palácios e que promovia festas suntuosas para o jet-set internacional. Ele fizera radical redistribuição de renda em seu país, mediante uma política social exemplar, com a criação de universidades gratuitas, a construção de hospitais modernos e com a assistência à saúde universal e gratuita. Quanto à repressão, ele não foi muito diferente da Arábia Saudita e de outros governos da região, e foi muito menos obscurantista para com as mulheres do que os sauditas.

Apesar das cenas horripilantes de Sirte, que fazem lembrar as de Saddam Hussein aprisionado e, mais tarde, enforcado, além das usuais que chegam da África, há sinais de que os homens começam a sentir nojo de tanto sangue. É alentador, apesar de tudo, que o governo de Israel tenha aceitado acordo com os palestinos, para a troca de prisioneiros. É também alentador que os bascos hajam renunciado à luta armada e preferido o combate político em busca de sua independência. E é bom ver as multidões reunidas, em paz, em todos os paises do mundo, contra os ladrões do sistema financeiro internacional – não obstante a violência, de iniciativa de agentes provocadores, como ocorreu em Roma,e a costumeira brutalidade policial, na Grécia, na Grã Bretanha e nos Estados Unidos.

Há, sem dúvida, os que sentem a volúpia do cheiro de sangue, associado à voracidade do saqueio. A reação atual dos povos provavelmente interrompa essa ânsia predadora dessas elites européias e norte-americanas – exasperadas pela maior crise econômica dos últimos oitenta anos e ávidas de garantir-se o suprimento de energia de que necessitam e a preços aviltados.

É preciso estancar a sangueira. O fato de que sempre tenha havido guerras não significa que devemos aceitá-las entre as nações e entre facções políticas internas. Como mostra a História, o recurso às armas tem sido iniciativa dos mais fortes, e diante dele só cabe a resistência, com todos os sacrifícios.

No fundo das disputas há sempre os grandes interesses econômicos, que se nutrem do trabalho semi-escravo dos povos periféricos, como se nutriram grandes firmas alemãs, ao usar judeus, eslavos e comunistas, como escravos, em aliança com Hitler.

A frase é um lugar comum, mas só o óbvio é portador da razão: os que trabalham e sofrem só querem a paz, para que usufruam da vida com seus amigos, seus vizinhos, suas famílias.

O odor do sangue é semelhante ao odor do dinheiro, e excita os assassinos para que trucidem e se rejubilem com a morte – como se rejubilaram ontem, diante do corpo humilhado de Kadafi, a Secretária de Estado dos Estados Unidos e os arrogantes franceses. Há três dias, em Trípoli, a senhora Clinton disse a estudantes líbios, que esperava que Kadafi fosse logo capturado ou morto. Nem Condoleeza Rice, nem Madeleine Albright seriam capazes de tamanho desprezo pelos direitos de qualquer homem a um julgamento justo. Esse direito lhe foi negado pelas hordas excitadas por Washington e Paris, com a cumplicidade das Nações Unidas – e garantidas pelas armas da OTAN.

Não que Kadafi tenha sido santo: era um homem insano, e tão insano que acreditou, realmente, que os americanos, italianos e franceses, quando o lisonjeavam, estavam sendo sinceros.

Fonte:
Conversa Afiada 

Entrada da Rússia na OMC está ameaçada por veto da Geórgia

As conversações entre os rivais Geórgia e Rússia sobre a tentativa de Moscou de adesão à Organização Mundial do Comércio (OMC) terminaram sem acordo no sábado. A Geórgia disse que iria bloquear a entrada da Rússia, a menos que Moscou mudasse sua posição.

O fracasso em resolver a disputa iniciada na guerra de 2008 entre os vizinhos ex-soviéticos mina as chances da Rússia de aderir à OMC neste ano, uma meta estabelecida por Moscou e pelos Estados Unidos, e pode piorar as relações da Rússia com o Ocidente.

“As negociações acabaram e podemos dizer que entraram em colapso, terminaram sem qualquer resultado,” disse o vice-chanceler georgiano Sergi Kapanadze, chefe da delegação de seu país nas negociações na Suíça, em entrevista à Reuters por telefone.

Como a OMC, um grupo de comércio de 153 países, toma decisões por consenso, a Geórgia – um país pró-Ocidente, aspirante a integrar a Otan – tem um poder de veto efetivo sobre a adesão da Rússia.

Kapanadze disse que o ponto de discórdia foi a recusa da Rússia em abrir acesso para a Geórgia a informações sobre o comércio nas regiões separatistas georgianas da Ossétia do Sul e da Abkhazia, que Moscou reconhece como nações independentes desde a guerra de cinco dias.

“A Geórgia não pode dar o seu consentimento à entrada da Rússia na OMC até que a Rússia mude sua posição sobre o comércio dentro dos territórios ocupados,” Kapanadze disse, referindo-se às duas regiões, onde a Rússia mantém forças militares consideráveis.

Kapanadze disse que as conversações foram a última rodada marcada “e não vemos qualquer sentido em negociar apenas por negociar.” Mas uma fonte russa a par das negociações disse que havia um acordo para retomar as conversas em 17 de outubro.

A Rússia é, de longe, a maior economia fora da OMC e tem buscado a adesão à entidade há 18 anos.

A Geórgia suspendeu as conversações da OMC com a Rússia em abril de 2008, depois que o Kremlin ordenou o levantamento das sanções econômicas contra a Abkhazia e Ossétia do Sul em preparação para a guerra em agosto daquele ano.

Fonte:
Reuters

Dez anos depois, Taliban diz: “A vitória está conosco”

O Taliban prometeu continuar combatendo todas as forças estrangeiras que restam no Afeganistão em uma declaração feita nesta sexta-feira para marcar o 10º aniversário da campanha militar dos Estados Unidos no país.

A luta do grupo na última década, “mesmo com armas e equipamentos escassos, forçou os ocupadores, que pretendiam ficar para sempre, a repensar a sua posição”, disse o porta-voz do Taliban, Zabihullah Mujahid, na declaração escrita em inglês.

O presidente Hamid Karzai e seus apoiadores ocidentais concordaram que todas as tropas de combate estrangeiras voltem para casa até o fim de 2014.

O Ocidente, no entanto, prometeu apoio para depois dessa data na forma de fundos e treinamento para as forças de segurança afegãs.

Neste 7 de outubro completam-se dez anos do início da campanha militar dos EUA no Afeganistão, lançada após os ataques de 11 de setembro de 2011 nos EUA, que ajudou a derrubar o governo linha-dura do Taliban.

Um porta-voz das forças lideradas pela Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) que lutam no Afeganistão afirmou que não há nada planejado para comemorar o dia.

O andamento da guerra no Afeganistão tem sido bastante polêmico. Ambos os lados alegam ter vencido.

A violência se disseminou para as regiões norte e oeste, que já foram pacíficas, e os insurgentes executaram uma série de assassinatos, entre eles o de um ex-presidente. Mas as forças da Otan reforçaram o controle sobre antigos redutos do Taliban no sul do país.

“Com a ocorrência dos 10 anos da Jihad promovida pelo povo afegão contra os invasores, devemos lembrar que a vitória divina está conosco”, disse o comunicado de Mujahid, que foi enviado por email.

“Se segurarmos firme na corda de Alá, evitarmos a insinceridade, a discórdia, a hipocrisia e outras doenças, então, com a ajuda de Alá, nosso inimigo será forçado a abandonar por completo nosso país”, acrescentou.

Embora as tropas estrangeiras tenham sido inicialmente bem-recebidas como libertadoras no Afeganistão, a presença delas provocou muitas mortes. Bilhões de dólares que entraram no país alimentaram a corrupção, assim como a mudança.

Fonte:
Reuters

Palestinos ficam perto de ingresso na Unesco

Os palestinos ficaram um passo mais próximos de se tornarem membros plenos da agência cultural da Organização das Nações Unidas, nesta quarta-feira, quando o conselho da Unesco decidiu deixar os 193 países integrantes do organismo votarem sobre o tema neste mês.

A iniciativa mais recente dos palestinos para buscar seu reconhecimento como Estado recebeu críticas firmes de representantes dos EUA e de Israel, e uma resposta fria da França.

Em setembro, o presidente palestino, Mahmoud Abbas, apresentou ao Conselho de Segurança da ONU um pedido formal de ingresso como membro da entidade, ignorando uma ameaça dos EUA de vetar a medida se ela for posta em votação, além de ameaças de parlamentares norte-americanos de restringir a assistência prestada pelos EUA aos palestinos.

Em um esforço para intensificar a pressão sobre a ONU, os palestinos vêm procurando instituições alternativas que possam reconhecer seu Estado.

Na terça-feira, o Estado palestino ganhou status de parceiro do Conselho da Europa, o principal organismo de defesa dos direitos humanos do continente.

Na agência cultural da ONU, a Unesco, 40 representantes entre os 58 membros do conselho votaram a favor de levar a solicitação palestina a uma votação ampla, com quatro votos contrários — de EUA, Alemanha, Romênia e Letônia — e 14 abstenções, de acordo com uma fonte da Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura.

Isso significa que uma votação sobre o ingresso palestino será realizada na Conferência Geral da Unesco, que acontece de 25 de outubro a 10 de novembro, e envolve os 193 países membros da agência, baseada em Paris.

Em comunicado, o embaixador dos EUA na Unesco, David Killion, pediu a todos os delegados que se juntem aos Estados Unidos em votar “não”.

Nimrod Barkan, embaixador de Israel na Unesco, disse que a decisão pode prejudicar a agência da ONU e não ajudaria no desejo palestino de reconhecimento a um Estado.

Os palestinos têm status de observadores na Unesco desde 1974. Para ganhar status de membro pleno, os chamados “Estados” que não são membros da ONU podem ser admitidos na Unesco se forem aprovados por maioria de dois terços na Conferência Geral.

A presidente do comitê de relações exteriores da Câmara dos Deputados dos EUA, Ileana Ros-Lehtinen, pediu que os EUA cortem o financiamento da Unesco se o pedido palestino for aprovado.

“Temendo que seus esforços junto ao Conselho de Segurança fracassem, a liderança palestina está buscando reconhecimento em outras partes do sistema da ONU,” disse Ros-Lehtinen.

“Esta tentativa de manipular o processo precisa ser interrompida. Nossas contribuições são a alavancagem mais forte que temos na ONU e devem ser usadas para defender nossos interesses e nossos aliados e sustar este esforço palestino perigoso.”

Enviados do chamado “Quarteto” do Oriente Médio –União Europeia, Rússia, ONU e Estados Unidos– vão se reunir em Bruxelas no domingo para tentar fazer avançar a causa da paz israelo-palestina.

Fonte:
Reuters

Discurso de Dilma na UE é ‘irreal’ e ‘hipócrita’, diz artigo no ‘FT’

A recente fala da presidente Dilma Rousseff perante líderes da União Europeia, oferecendo ajuda para combater a crise e advertindo contra ajustes fiscais muito severos no continente, soou “irreal” e “hipócrita”, opina artigo publicado na última terça-feira pelo Financial Times.

O artigo ironiza o fato de um país conhecido por seu “incômodo e pesado” sistema tributário advertir a UE contra “impostos restritivos”. E cita a proposta do ministro da Fazenda, Guido Mantega, de propor um “pacote de resgate dos Brics” para a zona do euro.

O problema é que ele esqueceu de consultar outros países dos Brics, como a China, que detém a maioria das reservas em moeda estrangeira do bloco. Até seus compatriotas se surpreenderam com a ideia de que o Brasil poderia resgatar países como a Itália, que tem um PIB per capita três vezes maior que o seu”, diz o artigo.

O texto também diz que Brasília criticou o protecionismo apenas uma semana antes de elevar o IPI para carros importados. Ainda assim, ressalta que a “recém-descoberta voz global” do Brasil é um sinal de “maior estabilidade interna”.

Fonte:
BBC

Irã “rejeita totalmente” proposta de inclusão palestina na ONU

O líder supremo do Irã rejeitou neste sábado o pedido de inclusão da Palestina na Organização das Nações Unidas (ONU). Para ele, qualquer acordo que aceite a existência do Estado de Israel deixará um “tumor cancerígeno” que ameaçará a segurança do Oriente Médio.

O aiatolá Ali Khamenei ameaçou o Estado judaico e seus aliados de “golpes paralisantes” que o escudo antimísseis da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) não poderá impedir.

“Qualquer plano que procure dividir os Palestinos é totalmente rejeitado”, afirmou Khamenei em entrevista.

“O cenário de dois Estados, que foi camuflado na autoigualdade da aceitação do governo palestino e da entrada nas Nações Unidas, não é nada mais do que a capitulação das exigências dos sionistas ou o reconhecimento do regime sionista na terra palestina”, afirmou.

Os EUA, aliados de Israel, prometeram vetar o pedido palestino de se tornar membro total da ONU, que está sendo discutido por um painel do Conselho de Segurança das Nações Unidas.

O discurso de Khamenei salienta o apoio do Irã a grupos que se opõem a Israel, incluindo o Hamas, a facção islâmica que controla a Faixa de Gaza e rejeitou a proposta apresentada pelo presidente palestino, Mahmoud Abbas, classificando-a como uma “imploração” por status de nação.

O clérigo de 72 anos também procurou vender a imagem de que o Irã é o maior defensor da causa palestina, criticando outros países da região que têm laços estreitos com Washington. Dois deles, Egito e Jordânia, reconheceram a existência do Estado de Israel.

“Governos que abrigam embaixadas ou escritórios econômicos sionistas não podem advogar em apoio à Palestina”, afirmou, em comentários direcionados inclusive para o Egito pós-Mubarak. Teerã tenta restabelecer os laços com os egípcios, cortados desde 1979.

Fonte:
Reuters