O AUMENTO DO PODER GLOBAL DA RÚSSIA

 24 DE MAIO DE 2014

 

O aumento do Poder Global da Rússia

22 de maio de 2014, [*] Paul Craig Roberts – Strategic Culture

Russia’s Rise to Global Power

Traduzido por mberublue

 

Imagem

Vladimir Putin em recente viagem à China para assinar contratos de petróleo e gas

Há dois propósitos principais na propaganda ocidental sobre os acontecimentos atuais na Ucrânia.

 

Primeiro, encobrir ou pelo menos disfarçar o papel fundamental que os EUA tiveram na derrubada do governo democraticamente eleito da Ucrânia.

Segundo, demonizar ao máximo a Rússia.

 

Sabe-se a verdade, mas a verdade não faz parte nem importa para a TV ocidental, ou para a imprensa-empresa impressa. Um telefonema interceptado de uma conversa entre a Secretária Assistente de Estado dos EUA Victoria Nuland e o embaixador dos Estados Unidos para a Ucrânia, Geoffrey Pyatt, revela o teor da discussão entre os dois golpistas em relação a quem seria instalado como “pessoa de confiança”, a marionete dos EUA, no novo governo fantoche. Outra interceptação telefônica, desta vez entre o Ministro do Exterior da Estônia, Urmas Paet e a funcionária de política externa dos Estados Unidos (atuando como MRE da União Europeia), Catherine Ashton, põe a nu as suspeitas, posteriormente confirmadas, de que os atiradores que alvejaram e mataram pessoas no conflito em Kiev vieram do lado apoiado pelos EUA no conflito.

 

Resumindo: depois de 2004, quando os EUA orquestraram a Revolução Laranja, que deveria entregar nas mãos do ocidente a Ucrânia, mas falhou, Washington, de acordo com Victoria Nuland, gastou nos seguintes dez anos,cerca de 5 bilhões de dólares na Ucrânia. O numerário foi entregue a políticos que os EUA prepararam com cuidado e a Organizações Não Governamentais (ONGs) que operavam de fachada como instituições educacionais, pró democracia e de Direitos Humanos, mas na realidade eram quintas-colunas dos EUA na Ucrânia.

 

Viktor Yanukovich

Quando, depois de analisar os custos e benefícios, o presidente Yanukovich rejeitou o convite para aderir à União Europeia, Washington enviou suas bem financiadas ONGs e as colocou em ação. Brotaram protestos em Kiev, exigindo que o presidente mudasse de opinião e unisse a Ucrânia à UE. Os protestos, inicialmente pacíficos, rapidamente se tornaram violentos com a adesão de ultranacionalistas e neonazistas aos manifestantes. O mote do protesto também mudou; passou de “adesão à União Europeia” para “derrubar Yanukovich e seu governo”.

 

O que se seguiu foi o caos político total. Um governo fantoche foi instalado por Washington, que o considerava como uma força democrática contra a corrupção. Entretanto, os ultranacionalistas e neonazistas, como os do Pravy Sektor (Setor da Direita), começaram a intimidar os fantoches instalados pelos EUA no poder. Na tentativa de responder à ameaça, os títeres idiotas de Washington começaram a ameaçar a população ucraniana de nacionalidade e de língua russa.

 

Historicamente se sabe que as áreas do sul e do leste ucraniano sempre fizeram parte do território russo e foram incorporadas à Ucrânia por líderes soviéticos. No início da União Soviética, Lenin integralizou para a Ucrânia essas áreas e Khrushchev fez a incorporação da Criméia à Ucrânia em 1954. A população dessas áreas, alarmada pela destruição de monumentos de guerra soviéticos erguidos em comemoração à liberação da Ucrânia das garras nazistas pelo exército vermelho, pela proibição do uso do russo como língua oficial e pelas agressões físicas às pessoas de língua russa na Ucrânia, explodiu por sua vez em protestos. O povo da Crimeia votou pela sua própria independência, pedindo e obtendo a reunificação com a Rússia, mesmo anelo das regiões de Donetsk e Lugansk.

 

Washington e seus fantoches, assim como a mídia ocidental, negaram que as votações realizadas na Crimeia, em Donetsk e Lugansk tenham sido sinceras e espontâneas. Em vez disso, Washington alegou que os protestos que levaram às votações e mesmo estas, teriam sido orquestrados pelo governo russo através de ameaças, subornos e coerção. Já o caso da Crimeia foi descrito como simples invasão e anexação pela Rússia.

 

São mentiras deslavadas e os observadores estrangeiros que fiscalizaram o desenrolar das eleições sabem disso, mas não tem voz na imprensa-empresa ocidental que não passa de um ministério menor para os EUA. Até a BBC, antes orgulhosa de sua coragem, agora mente por Washington.

 

“Outdoor” chamando a população para o referendo de 16 de março de 2014 na Crimeia

Washington teve pleno sucesso em controlar a explicação da “crise ucraniana”. A população na Crimeia, Donetsk e Lugansk, unidas em torno de seu ideal, foi taxada de “terroristas”. Em contraste, os neonazistas ucranianos foram elevados à condição de membros de uma “coalizão democrática”. Ainda mais surpreendente, os neonazistas são descritos na imprensa-empresa ocidental como os “libertadores” das regiões em protesto das mãos dos “terroristas”. As milícias neonazistas provavelmente transformar-se-ão no novo exército do governo fantoche da Ucrânia, subserviente aos EUA, já que muitas unidades do real exército ucraniano se recusa a disparar contra manifestantes pacíficos.

 

A questão agora é saber como o líder russo, presidente Vladimir Putin, reagirá aos acontecimentos e jogará esta partida. Sua hesitação e relutância em aceitar Donetsk e Lugansk como parte da Rússia novamente, serão usadas pela imprensa ocidental para apresentá-lo como um líder enfraquecido e amedrontado. Na Rússia, o argumento pode ser usado contra Putin pelas ONGs fundadas e patrocinadas por Washington e por nacionalistas russos.

 

Putin sabe disso. Mas também tem consciência de que os EUA querem que ele confirme a imagem demonizada que a mídia ocidental tenta lhe impingir. Se Putin aceitar o pedido de Donetsk e Lugansk de voltar a pertencer à Rússia, Washington repetirá ad nauseam a alegação de que a Rússia invadiu e anexou, mais uma vez. O mais provável é que Putin não esteja nem amedrontado nem enfraquecido, mas tem boas razões para não querer dar à Washington mais motivos de propaganda para ser utilizada na Europa.

 

Angela Merkel

A pressão de Washington por mais sanções contra a Rússia tem um obstáculo na Alemanha. A chanceler germânica, Angela Merkel, é uma vassala servil de Washington, mas o Ministro do Exterior alemão, Frank Walter Steinmeier e o complexo industrial alemão não vêem com bons olhos as sanções. Acrescente-se que a Alemanha depende visceralmente do gás natural da Rússia, centenas de companhias alemãs tem negócios em andamento na Rússia e o emprego de muitas centenas de cidadãos da Alemanha depende de relações econômicas com a Rússia. Antigos chanceleres da Alemanha, como Helmut Schmidt e Gerhard Schroeder tem discordado violentamente de Merkel pela sua subserviência aos EUA. Merkel se encontra em uma posição muito fraca, pela sua estúpida decisão de colocar os interesses de Washington acima dos interesses da Alemanha.

 

Acontece que Putin tem demonstrado não ser como os políticos burros do ocidente e vê no conflito entre a pressão de Washington sobre a Alemanha e os reais interesses desta, uma oportunidade de dobrar a OTAN e a União Europeia. Caso a Alemanha decida, como Yanukovich fez, que seu interesse está em ter boas relações com a Rússia e não em ser mais um fantoche para os EUA, será que Washington é capaz de derrubar o governo alemão para colocar uma marionete mais confiável?

 

Talvez a Alemanha já tenha tido o suficiente de Washington. Passados 69 anos da Segunda Guerra Mundial e ainda ocupada por tropas norte americanas, a Alemanha teve seu sistema educacional, sua história, sua política externa e sua adesão como membro da União Europeia e do mecanismo do Euro manipulados de maneira coercitiva pelos EUA. Caso a Alemanha tenha ainda um resquício de orgulho nacional, como povo recentemente reunificado, talvez essas imposições humilhantes sejam demais para suportar.

 

Sigmar Gabriel

Um confronto, econômico ou militar com a Rússia, é a última coisa que a Alemanha quer. O vice chancelerSigmar Gabriel disse que Merkel certamente não demonstrou muita inteligência ao dar a impressão de que a Ucrânia tinha que decidir entre a Rússia e a União Europeia.

 

Caso o governo russo decida que o controle da Ucrânia ou de qualquer parte dela após uma eventual separação por Washington representa uma inaceitável ameaça para a Rússia, os militares russos se aproveitarão do fato de que a Ucrânia é historicamente parte da Rússia. Se a Rússia ocupar a Ucrânia, nada há que Washington possa fazer a não ser deflagrar uma guerra nuclear. Os países da OTAN, com o risco de simplesmente deixarem de existir, jamais concordarão com essa opção.

 

Putin pode tomar a Ucrânia quando quiser e depois voltar as costas para o ocidente, uma entidade corrupta atolada em depressão e saqueada constantemente pela classe capitalista. O século XXI pertence ao Oriente, China e Índia. A grande expansão russa encontra-se centrada nos dois países mais populosos do mundo.

 

Com o Oriente, a Rússia ascende ao poder.

____________________

 

[*] Paul Craig Roberts (nascido em 03 de abril de 1939) é um economista norte-americano, colunista do Creators Syndicate. Serviu como secretário-assistente do Tesouro na administração Reagan e foi destacado como um co-fundador da Reaganomics.Ex-editor e colunista do Wall Street JournalBusiness Week eScripps Howard News Service. Testemunhou perante comissões do Congresso em 30 ocasiões em questões de política econômica.Durante o século XXI, Roberts tem frequentemente publicado emCounterpunchStrategic Culture, Information Clearing House,etc. escrevendo extensamente sobre os efeitos das administrações Bush (e mais tarde Obama) relacionadas com a guerra contra o terror, que ele diz ter destruído a proteção das liberdades civis dos americanos da Constituição dos EUA, tais como habeas corpus e o devido processo legal. Tem tomado posições diferentes de ex-aliados republicanos, opondo-se à guerra contra as drogas e a guerra contra o terror, e criticando as políticas e ações de Israel contra os palestinos. Roberts é um graduado do Instituto de Tecnologia da Geórgia e tem Ph.D. da Universidade de Virginia, pós-graduação na Universidade da Califórnia, Berkeley e na Faculdade de Merton, Oxford University.

Fonte: http://redecastorphoto.blogspot.com.br/2014/05/o-aumento-do-poder-global-da-russia.html?spref=fb 

China, Iran and Russia: Restructuring the global order

Powerful countries are alarmed by the threats against Russia as they see themselves as potential future targets.

 
Last updated: 20 May 2014 10:56
Seyed Mohammad Marandi
 
Seyed Mohammad Marandi is professor of North American Studies and dean of the Faculty of World Studies at the University of Tehran.
 
 

Countries with major oil and gas reserves such as Russia, Iran and Iraq are already turning eastward, writes Marandi [Getty Image]
At the Fourth Summit of the Conference on Interaction and Confidence-Building Measures in Asia (CICA) that opens May 20 in Shanghai, Iranian President Hassan Rouhani will meet with both Chinese President Xi Jinping and Russian President Vladimir Putin. Among other things, the summit will underscore how rising non-Western powers are playing ever more prominent roles on the global stage. However, Western elites remain stuck in a time warp, wherein the United States and its European partners are the imperial masters of all they survey.In this regard, it is an interesting coincidence how mainstream Western media outlets consistently produce narratives that are almost indistinguishable from official government statements regarding countries and leaders with dissimilar worldviews from their Western counterparts. For instance, we repeatedly hear about the democratically elected “dictators” in Venezuela, yet we are assured that friendly dictators are “moderate reformers”.Another fascinating coincidence is that Western human rights organisations pursue initiatives and policies closely aligned with those of their own governments. When the US accused the Syrian government of using chemical weapons against its own people – notwithstanding noteworthy evidence to the contrary and despite the fact that it was fine as far as Washington was concerned when former Iraqi president Saddam Hossein attacked Iran with chemical weapons – some human rights advocates stood shoulder to shoulder with President Barack Obama in advocating “shock and awe” in Damascus for humanitarian purposes.

Contrary to what Saudi Princess Basmah Bint Saud states, Amnesty International’s soft spot for Saudi Arabia may be linked to more than just oil – for this renowned organisation is a true believer in promoting human rights through liberal imperialism. Until recently, Amnesty USA was led by a former senior US government official who is a leading “humanitarian interventionist“.

On the side-lines of the 2012 NATO summit in Chicago, Amnesty International campaigned for NATO’s continued occupation of Afghanistan under the rubric, “keep the progress going”; Amnesty’s shadow summit for Afghan women was graced with the presence of none other than former US Secretary of State Madeleine Albright known for commenting that over half million dead Iraqi children as a result of sanctions “was worth it”.

Generous doses of hypocrisy

It is refreshing to see such consensus at all levels of public discourse in the “Free World”. It seems that there is general agreement among European and North American elites that Western objectives are well-intentioned, even if highly generous doses of hypocrisy are administered on the way. Hence, the British foreign secretary, speaking on behalf of the so called Friends of Syria, just days ago welcomed “the fact that preparations for the presidential elections on May 25 are proceeding well” in violence-stricken Ukraine where roughly half the country rejects the Kiev-based coup regime.

Then, literally a minute later (and with a straight face), he condemned the “Assad regime’s unilateral plan to hold illegitimate presidential elections on June 3. We say in our communique that this mocks the innocent lives lost in the conflict”. Apparently there has been no significant loss of innocent life as a result of illegal cross border support for extremists and al-Qaeda affiliates in Syria over the last three years.

It is also remarkable that any perceived rival to Western power can almost immediately be compared to Adolf Hitler without raising many eyebrows. Benjamin Netanyahu and other Zionist advocates can repeatedly threaten the Iranian people with military strikes, yet simultaneously promote the false logic that the Islamic Republic wishes to create a holocaust by allegedly denying the Holocaust (whatever that means).

In recent weeks, we have once again returned to 1939 as the bizarre Hitler analogy is now being used to describe Putin. The irony here is that the right wing neo-Nazi groups within the pro-Western Kiev regime consider themselves as the Russian president’s greatest foes. Indeed, for some, al-Nusra Front, Islamic Front in Syria or Islamic State of Iraq and the Levant analogy would be somewhat more appropriate to describe the Ukrainian political party, Right Sector.

Former Egyptian President Gamal Abdel Nasser was another one of many Hitlers in Western political discourse. When in 1956, he nationalised the Suez Canal, then British Prime Minister Anthony Eden viewed his actions as an insult to the British Empire. However, the “Suez moment” was a classic case of overreach for a rapidly declining empire that politicians in the US today should ponder.

Winner-take-all worldview

Their winner-take-all worldview, which has already resulted in widespread inequality and relative economic decline in the US, has also, since 2001, conditioned a series of “moments” whereby Washington’s arrogant zero-sum mentality has produced one strategic failure after another.

Obama’s pivot to Asia is viewed with scepticism, as the US already has more than it can handle in Ukraine, west Asia and North Africa. The real Asia pivot is driven by rapidly rising economies, especially China, as countries with major oil and gas reserves such as Russia, Iran and Iraq are already turning eastward.

 

The US government is caught in a web of self-deception if it believes that its declining global influence has gone unnoticed among the world’s rising powers. Obama’s pivot to Asia is viewed with scepticism, as the US already has more than it can handle in Ukraine, west Asia and North Africa. The real Asia pivot is driven by rapidly rising economies, especially China, as countries with major oil and gas reserves such as Russia, Iran and Iraq are already turning eastward.

In a 2012 report that some consider to be too conservative in its prognostications, the US multinational investment banking firm Goldman Sachs projects that by 2050 the US will be the only Western power among the top five global economies, with an economy much smaller than China’s. In addition, the World Bank predicts that the US dollar will lose its current global dominance in roughly a decade.

Ironically, instead of attempting to build new bridges and forging new partnerships to stall their declining global status as the balance of power shifts away from Europe and North America, Western governments unwisely antagonise key powers. Spying on the Brazilian president does not help, denying a visa to the next Indian prime minister can spell trouble ahead, giving strong warnings to China can raise tensions – but threatening Russia with economic warfare may prove to be a game changer.

Of course, the US and its allies have already engaged in inhuman economic warfare against ordinary citizens of the Islamic Republic of Iran. The US has targeted the Iranian banking sector as well as the central bank and has threatened Iran’s trading partners with punitive sanctions if they do not abide by US laws.

Many countries have protested against these US imperial dictates, but have so far largely abided by US demands in order to avoid its aggressive behaviour. However, with threats now being made against the Russian Federation, alarm bells have begun ringing, as powerful countries see themselves as potential future targets. Economic warfare against another major power will force emerging economic powerhouses to seriously think about the future of global financial and communications systems as well as the immediate need to enhance cooperation and to restructure the global political and economic order.

During the CICA Summit in Shanghai, Presidents Xi Jinping, Rouhani and Putin definitely have a lot to talk about.

Seyed Mohammad Marandi is professor of North American Studies and dean of the Faculty of World Studies at the University of Tehran.

The views expressed in this article are the author’s own and do not necessarily reflect Al Jazeera’s editorial policy.

Fonte: http://www.aljazeera.com/indepth/opinion/2014/05/china-iran-russia-restructuring-201451964119463320.html?fb_action_ids=10152431601726678&fb_action_types=og.likes&fb_ref=s%3DshowShareBarUI%3Ap%3Dfacebook-like&fb_source=aggregation&fb_aggregation_id=288381481237582

PEPE ESCOBAR: “PIVÔ” NA EURÁSIA

22 DE MAIO DE 2014

 

Pepe Escobar: “Pivô” na Eurásia

21/5/2014, [*] Pepe EscobarFacebook

The  Eurásia Pivot

Traduzido pelo pessoal da Vila Vudu

Escrevo de São Petersburgo, cidade na qual, nas próximas horas e dias, haverá diversão da boa, garantida.

timing para firmar o negócio de gás acordo Rússia-China de US$400 bilhões em Xangai, não poderia ser mais ESPETACULAR. É coisa IMENSAMENTE estratégica. Primeira coisa que fiz hoje cedo, mal cheguei ao aeroporto Schiphol, desembarcado em São Petersburgo, foi procurar jornais. A primeira página do Wall Street Journal, noticiava, pode-se dizer que com algum júbilo, “Negócio Rússia-China de gás emperrou”. Dois telefonemas depois da manchete precipitada, estava tudo resolvido, selado, assinado e confirmado.

Significa, dentre muitas outras coisas, que as sanções de EUA/UE contra Moscou já têm de ser analisadas pelo que realmente são: piada.

Analisem a declaração conjunta Rússia-China sobre a Ucrânia; é crise “doméstica”. “É indispensável que se encontrem ou se criem meios pacíficos, políticos, para resolver problemas que surjam”.

Entrementes, o Primeiro-Ministro Medvedev disse à TV Bloomberg que sim “estamos andando lenta, mas com certeza na direção de uma segunda Guerra Fria”. Subtexto: é o que Washington deseja.

Analisem então o que Xi disse a Putin:

O desenvolvimento posterior de uma parceria ainda mais ampla entre Rússia e China, com cooperação estratégica baseada nos interesses mútuos e ditada pela necessidade de promover justiça e igualdade no mundo, manter a paz no planeta, e pela necessidade de alcançar a prosperidade conjunta da China e da Rússia, é escolha inevitável que brota do próprio processo de formação de um mundo multipolar.

E analisem o que disse Putin, sobre o progressivo ultrapassamento do petrodólar:

Estamos trabalhando para aumentar a quantidade de pagamentos que serão feitos em moedas nacionais, e planejamos considerar novos instrumentos financeiros.

É coisa grande, MUITO, MUITO GRANDE, mais do que se pode ver já. Quase nem se acredita! Moscou completou o mais elegante e perfeito pivô estratégico na direção da Ásia e a China bailou junto, em perfeita harmonia.

Parabéns, governo Obama: vocês são excepcionais no basquetebol.

__________________

[*] Pepe Escobar (1954) é jornalista, brasileiro, vive em São Paulo, Hong Kong e Paris, mas publica exclusivamente em inglês. Mantém coluna (The Roving Eye) no Asia Times Online; é também analista de política de blogs e sites como: Tom Dispatch, Information Clearing HouseRed Voltaire e outros; é correspondente/ articulista das redes Russia TodayThe Real News Network Televison e Al-Jazeera. Seus artigos podem ser lidos, traduzidos para o português pelo Coletivo de Tradutores da Vila Vudu e João Aroldo, no blog redecastorphoto.

Livros:

− Globalistan: How the Globalized World is Dissolving into Liquid War, Nimble Books, 2007.

− Red Zone Blues: A Snapshot of Baghdad During the Surge, Nimble Books, 2007.   
− Obama Does Globalistan, Nimble Books, 2009. 

Keiser Report: Vietnam of Financial Fraud (E605)

Publicado em 24/05/2014
In this episode of the Keiser Report, Max Keiser and Stacy Herbert discuss Max’s personal Vietnam called ‘HSBC Now’ and he is going up the Thames River of financial fraud to meet George Osborne who is sitting on a pile of skulls of the victims of austerity. They discuss the wishes and knishes and misallocation of capital. In the second half, Max interviews Andrew ‘Weev’ Auernheimer about a hedge fund called TRO LLC and a StartJOIN crowdfunding campaign to raise money to register the fund. They also discuss Weev’s lawsuit against the US government seeking compensation for wrongful imprisonment and he will only accept bitcoin as the US Federal Reserve note is backed by fraud and violence.

RÚSSIA E CHINA PRESTES A ANUNCIAR O FIM DA ERA DO DÓLAR AMERICANO?

 19 DE MAIO DE 2014

 Semana que vem, o mundo talvez já seja TOTALMENTE OUTRO!

18/5/2014, [*] Jeffrey BerwickThe Daily Bell

Are Russia and China About to Announce the End of the US Dollar Era?

Tradução mberublue

Imagem

A queda do poder de compra (inflação) do US$ (dólar americano) ao longo do tempo

Por todo o mundo estão acontecendo reuniões de países, com uma meta comum que tem muito a ver com você, seja você ou não cidadão dos EUA: abandonar o dólar americano. Desde o início da crise da Ucrânia, o fim do dólar americano está cada vez mais perto. Movimento após movimento, Rússia e China estreitaram relações e tornaram-se aliadas mais próximas. Exemplos abundam. Para encurtar, aí vão dois exemplos recentes que chamam a atenção.

 

A Gazprom (maior empresa russa, décima maior do mundo e a maior exportadora mundial de gás natural – controlada pelo Estado, embora tenha ações no mercado [NT]) acaba de lançar títulos na moeda chinesa, o Yuan. Rússia e China assinaram um acordo para a venda de gás. 40 bancos centrais começam a apostar que no futuro, a moeda de reserva será o Yuan.

Imagem

Yuan chinês deverá ser a próxima moeda de reserva

Até o início de 2014, as histórias sobre o colapso do dólar soavam ainda como maluquices conspiratórias, e pouco efeito tinham sobre a geopolítica. Este ano, tudo mudou. Parece que as nações-estados pelo mundo afora estão se movendo na direção de um mundo pós-dólar americano. Já não é uma questão de “se”, mas de “quando”. E se você não é capaz de entender o passo-a-passo do que virá, há alto risco de acabar chocado e… assombrado.

Já não cabe dúvida de que, tão logo a Rússia, juntamente com seus numerosos aliados, faça o movimento fatal, será seguida por muitas outras nações (várias delas já estão, mesmo, tentando). Por quê?

Porque os EUA são a força mais destrutiva do planeta; e seu calcanhar de Aquiles é o “privilégio exorbitante”, que a maioria conhece como “dólar americano”; e que o Federal Reserve Note [1] chama de só contaram p’rá mim”.

O significado será hiperinflação, caos social, guerra civil, dentre outras desarticulações. Parece-lhes que exagero? Pois, não, não há exagero algum. Para que se tenha ideia de o quanto tudo isso pode ser ruim, péssimo, pense no que já se vê acontecendo em qualquer república socialista “de bananas”; em seguida imagine que piore muito, muito! Por que pioraria “muito-muito”? Porque essas repúblicas “de bananas” não emitem a moeda usada como moeda planetária de reserva.

Os Estados Unidos nada produzem, a não ser o dólar americano – coisa facílima, aliás, de produzir, como se comprovou no Canadá, com o suor de um único canadense. Operação muito, muito simples: o tal canadense emitiu milhões de dólares americanos e os colocou em circulação. Mais: o Canadá preferiu não extraditá-lo; o sujeito vive lá, como homem livre.

Agora, grandes nações-estados pretendem sair juntas do sistema do dólar americano. Um mundo “desdolarizado” – como a Rússia já diz com frequência – pode vir a afetar a vida de milhões de norte americanos.

 

A Ascensão da Rússia & China

De acordo com A Voz da Rússia, o Ministro russo das Finanças pretende um aumento significativo do papel do rublo russo nas operações de exportação, reduzindo dessa forma as transações fechadas em dólar, no comércio exterior da Rússia. Acredita-se na Rússia que o setor bancário do país está “pronto para lidar com um maior número de transações assinadas em rublo”.

A agência Prime News relata que em abril de 2014 o governo realizou uma reunião que foi integralmente dedicada a encontrar soluções para tirar o dólar das operações russas de exportação. Especialistas de ponta de bancos, governo e setor energético elaboraram nestas reuniões uma série de propostas, perfeitamente efetivas, para responder às tais sanções aplicadas pelos Estados Unidos contra a Rússia.

reunião de “desdolarização” foi presidida pelo Vice-Primeiro-Ministro da Federação Russa, Igor Shuvalov: é sinal de que o movimento russo para descartar o dólar é, sim senhor, coisa séria. Depois houve outra reunião, quando se discutiram procedimentos para elevar o número de operações recebíveis em rublo, dessa vez presidida pelo Vice-Ministro das Finanças, Alexey Moiseev. Segundo Moiseev, nenhum dos especialistas e representantes de bancos viu qualquer problema nos planos governamentais para incrementar o comércio com pagamento em rublos. Afinal… o dólar já vem em queda livre desde a invocação do Federal Reserve e a lei relativa ao imposto sobre a renda, em 1913.

Agora, parece que até o pouco que ainda sobra já está por um fio.

 

A Rússia não está só.

Se não tivesse apoio, a Rússia não estaria tão audaciosa. Outras nações pelo mundo também têm interesse em aderir a um movimento de desdolarização. China e Irã, por exemplo, têm manifestado crescente interesse em levar avante esse plano. Líderes de outros países também já se manifestaram nesse sentido; em todos os casos, bateram de cara contra as conhecidas sanções-“mísseis” dos EUA.

Hoje, a especulação que corre o planeta fala da próxima visita de Putin à China, amanhã, dia 20/5: serão assinados contratos gigantes de petróleo e gás… e talvez sejam assinados com pagamentos previstos em Rublos e Yuans, não mais em dólares americanos. Implica dizer que dentro de uma semana, talvez já estejamos vivendo em mundo muito, muito, muito diferente do que temos hoje [mesmo que o “jornalismo”, os “jornais” e os “jornalistas” OCIDENTAIS absolutamente naaaaaaaaada noticiem dessas notícias radicalmente importantes (NTs)].

Com russófobos controlando a políticaexterna dos Estados Unidos, o ocidente está sem qualquer controle, andando a passos largos em direção ao buraco. Consequência disso é que os EUA prosseguirão, hostilizando cada vez mais a Rússia e outras nações. Com mais hostilidade, mais se fortalecerá a tendência de Rússia, China e inúmeros outros países, pelo mundo, a se separarem do dólar.

O mundo já trabalha hoje para criar uma nova infraestrutura econômica e financeira a qual, simplesmente, ignorará os Estados Unidos.

Imagem

Cesta de moedas poderá substituir o US$ (dólar americano) nas transações internacionais

E, em reação e resposta, o que fazem os EUA? Bombardeiam mais civis. Matam mais gente. Provocam mais guerras.

Verdade é que já não tenho muita certeza de que os EUA consigam manter esse “padrão” hoje, com o mesmo “sucesso” com que o mantiveram há, apenas, uma década.

Bem ou mal, a humanidade começa a despertar para esse estado de coisas. Já aconteceu até de a opinião pública no mundo conseguir impedir que os EUA fizessem mais uma guerra – e a Síria foi salva. A oposição popular certamente impedirá que os EUA façam mais guerras.

Há evidência que todos já veem com clareza e que comprometem hoje terrivelmente as posições que os EUA têm adotado: Rússia e a China jogam xadrez e pensam no bem do mundo. Obama joga damas, bolinha de gude, sabe-se lá o que joga; e não pensa no bem do mundo.

A China já queria nova moeda de reserva, desde 2013

Japão e Índia já têm um acordo para moeda de reserva própria, desde 2011.

No Golfo Pérsico os árabes, junto com China, Japão, Rússia e França, já planejam pôr fim aos negócios de petróleo feitos pelo dólar americano; e trabalham para pôr no lugar desse dólar uma cesta de moedas que pode incluir o Iene japonês, o Yuan chinês, ouro, Euros e uma nova moeda unificada especialmente pensada para uso das nações do Conselho de Cooperação do Golfo (o que incluiria nessa negociação/nova cesta de moedas, também Arábia Saudita, Abu Dhabi, Kuwait e Qatar).

 

O fim do sistema monetário como o conhecemos

Estamos na iminência de uma mudança massiva nos parâmetros do sistema monetário mundial… todos os especialistas sabem disso (é absolutamente claro que sabem!), mas o “noticiário” prossegue como se nada estivesse já acontecendo. Empresários norte-americanos ou gastam ou mentem que gastam como se os EUA estivéssemos em plena recuperação econômica. Cidadãos dos Estados Unidos continuam gastando dinheiro ou mentindo que gastam e em todos os casos continuam poupando pouco, talvez com a mesma expectativa que os empresários. Os investidores continuam a investir ou a mentir que continuam a investir como se tudo estivesse às mil maravilhas.

Imagem

Os EUA devem tanto, mas tanto que já não há mais meios de salvar o US $ (dólar americano)

Parece que todos esses atores têm dificuldade para contextualizar e apreender a verdade sobre a economia dos EUA. E essa verdade é a seguinte: os EUA devem tanto, tanto, tanto, que a mente humana não tem meios para compreender a sua real extensão desse endividamento. E a imprensa-empresa comercial, que existe para desinformar, desinforma o mais que pode e completa o serviço de ensinar a des-compreender (seja o que for).

O capital exposto ao risco de ser queimado, virar fumaça, é da ordem de trilhões de dólares. O mundo ocidental corre o risco de entrar numa era sombria, que o futuro conhecerá, durante séculos, como o “Grande Colapso”. Bem contados, não chega a 1% dos cidadãos o número dos norte-americanos e norte-americanas que se pode acreditar que saibam disso e compreendam com clareza o movimento.

Essa minoria, sim, entende o que está acontecendo; mas tem ativos em bens tangíveis e internacionalizados [metais preciosos fora do sistema financeiro] e terão boa chance de sobreviver bem às mudanças que certamente virão.

Nunca foi mais importante, necessário, prioritário, vitalmente decisivo, desligar a televisão e não tomar conhecimento do que a imprensa-empresa comercial “informe” ou “noticie”. Cada um terá de fazer as próprias contas e assumir o controle da própria situação financeira.

[*] Jeffrey Berwick define-se como anarcocapitalista libertarista. Lutador [de luta-livre] contr

Fonte traduzida: RedeCastorphoto

Iran and Assad have won in Syria, say top Tehran foreign policy figures

Iran and Assad have won in Syria, say top Tehran foreign policy figures

Insiders say western strategy in Syria encouraged radicals and backfired, leading to threat to European security from returning jihadis
Bashar al-Assad, Syrian president

Bashar al-Assad, the Syrian president. Senior Iranian officials say: ‘The Americans wanted to replace Assad, but what was the alternative? All they have done is encourage radical groups and made the borders less safe.’ Photograph: Uncredited/AP

Iran and its close ally President Bashar al-Assad have won the war inSyria, and the US-orchestrated campaign in support of the opposition’s attempt to topple the Syrian regime has failed, senior Iranian officials have told the Guardian.

In a series of interviews in Tehran, top figures who shape Iranian foreign policy said the west’s strategy in Syria had merely encouraged radicals, caused chaos and ultimately backfired, with government forces now on the front foot.

“We have won in Syria,” said Alaeddin Borujerdi, chairman of the Iranian parliament’s national security and foreign policy committee and an influential government insider. “The regime will stay. The Americans have lost it.”

Terrorism perpetrated by al-Qaida-linked jihadist groups and individuals armed and funded by Sunni Muslim Arab countries was now the main threat facing the Syrian people, Borujerdi said. Many foreign fighters who had travelled to Syria from Britain and other European countries could soon return. “We are worried about the future security of Europe,” he said.

Amir Mohebbian, a conservative strategist and government adviser, said: “We won the game in Syria easily. The US does not understand Syria. The Americans wanted to replace Assad, but what was the alternative? All they have done is encourage radical groups and made the borders less safe.

“We accept the need for change in Syria – but gradually. Otherwise, there is chaos.”

Shia Muslim Iran is Assad’s main regional backer and has reportedly spent billions of dollars propping up the regime since the first revolt against the president broke out in March 2011. Along with Russia, the regime’s principal arms supplier, it has consistently bolstered Assad in the teeth of attempts to force him to step down.

Western analysts say Iran is engaged in a region-wide power struggle or proxy war, extending beyond Syria, with the Sunni Arab states of the Gulf, principally Saudi Arabia.

Tehran thus has an obvious interest in claiming victory for the Alawite Syrian regime, which is fighting mostly Sunni rebels, they say. Iranian officials and regional experts deny that is their motive.

Majid Takht-Ravanchi, deputy Iranian foreign minister, said the priority was to accept the rebellion had failed and to restore stability in Syria before next month’s presidential elections. “Extremism and turmoil in Syria must be tackled seriously by the international community. Those countries that are supplying extremist forces must stop helping them,” he said.”Iran has good relations with the Syrian government, though that does not mean they listen to us,” Ravanchi said. He denied Iran had supplied weapons and Revolutionary Guards combatants to help defeat the rebels, as western intelligence agencies have claimed. “Iran has a diplomatic presence there. There is no unusual presence. We have no need to arm the Syrian government,” he said.

Despite its influence with Damascus and Hezbollah, the Lebanese Shia militia fighting alongside government forces, Iran has been largely excluded from international talks to forge a peace settlement owing to US and British objections that Tehran does not accept the need for Assad to quit .

But following last week’s rebel retreat from the strategic city of Homs, the so-called capital of the revolution, some western politicians and commentators have also reached the conclusion that Assad has won.

The US and its Gulf Arab allies have supplied funding, equipment and arms to the Syrian rebels. Last year, the US president, Barack Obama, appeared on the point of launching air and missile attacks over the Assad government’s use of chemical weapons, but Obama’s last-minute decision to pull back was interpreted in Tehran and Damascus as a sign the US was having second thoughts and was not wholly committed to winning the war.

“I think the Americans made a big mistake in Syria and I think they know it, though they would never say so,” said Mohammad Marandi, a Tehran university professor. “If they had accepted the Annan plan in 2012 [which would have left Assad in place pending a ceasefire and internationally monitored elections] we could have avoided all this.”

“Iran sincerely believed it had no other option but to support the Assad government. Anything else would have resulted in the collapse of Syria and it falling into the hands of extremists,” he said.

More than 150,000 people are believed to have died in the Syrian conflict and at least 9 million have been displaced.

Fonte: http://www.theguardian.com/world/2014/may/11/syria-crisis-iran-assad-won-war-tehran

Diálogos sobre Política Externa: O Brasil, a América do Sul e a integração regional

Publicado em 11/03/2014
No dia 11 de março, como parte da série de Diálogos sobre Política Externa, foi realizado debate sobre o tema “O Brasil, a América do Sul e a integração regional”. O Subsecretário-Geral da América do Sul, Central e do Caribe do Ministério das Relações Exteriores, Embaixador Antonio José Ferreira Simões, comenta no vídeo o evento.

Para aprofundar o diálogo entre governo e sociedade sobre o papel do Brasil no mundo, o Ministério das Relações Exteriores realiza, entre os dias 26 de fevereiro e 2 de abril, no Palácio Itamaraty, em Brasília, a série de debates sobre a política externa brasileira intitulados Diálogos sobre Política Externa. Os eventos contam com a participação de jornalistas, parlamentares, acadêmicos, empresários, sindicalistas e representantes de movimentos sociais.