Cepal estuda estratégias de saída da crise econômica para países da América Latina


 

Julia Borba, da Rádio ONU em Nova York.*

Encontro em Santiago reúne 200 representantes de 23 países; objetivo é discutir o estímulo para o desenvolvimento e a retomada do crescimento, emprego e distribuição de renda.

Começou nesta terça-feira em Santiago, no Chile, a 22ª edição do Seminário Regional de Política Fiscal, promovido pela Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe, Cepal. O evento reúne 200 representantes de 23 países.

Segundo a Cepal, o objetivo do encontro é discutir estratégias de saída da crise econômica, além dos desafios nacionais de cada país para estimular o desenvolvimento e a retomada do crescimento, emprego e distribuição de renda.

Impactos

O secretário-adjunto da Cepal, Antonio Prado, disse à Rádio ONU, de Santiago, que o momento é particularmente sensível aos países da América Latina e do Caribe porque o uso de políticas fiscais durante a crise global gerou aumento das dívidas públicas.“O desafio é justamente fazer a sintonia fina desse processo de pós-crise, de forma a permitir que as economias voltem a crescer sustentadamente”, afirmou.Ele também enfatizou que o crescimento das economias da região acontece em ritmo diferente dos níveis de oferta de trabalho.

Retomada

“Geralmente a retomada do crescimento econômico se dá mais rapidamente que a recuperação dos patamares anteriores de nível de emprego, renda e pobreza dos períodos que antecedem as crises”, disse.O seminário da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe vai até a próxima quinta-feira, 28 de janeiro.

*Apresentação: Daniela Traldi, da Rádio ONU em Nova York. 

Fonte: http://www.unmultimedia.org/radio/portuguese/detail/175681.html

Postado por Lais Niman

2 comentários sobre “Cepal estuda estratégias de saída da crise econômica para países da América Latina

  1. Lívia Assis Lima 15/03/2010 / 20:04

    Pesquisei acerca do tema e descobri que de acordo com a Cepal a economia latino-americana contraiu 1,8% em 2009 por causa da crise, enquanto o número de pessoas em situação de pobreza aumentou em nove milhões, somando 189 milhões, equivalentes a 34,1% da população. A repercussão negativa da crise se traduz numa significativa diminuição dos fluxos do comércio internacional, deterioração dos termos de intercâmbio e retrocesso das remessas, elementos que estimularam o crescimento da zona nos últimos anos.
    De acordo com o Yahoo! Notícias, Antônio Prado, citado no artigo, pediu aos países da região para que aumentem o investimento público e os gastos sociais enquanto se recuperam dos efeitos da crise econômica. O secretário-adjunto lembrou que, para enfrentar a crise recente e frente a uma deteriorada demanda interna, muitos países recorreram ao uso do déficit fiscal transitório para conseguir a estabilidade macroeconômica, incluindo o financiamento de amplos pacotes de estímulo fiscal. Afirmou que depois de superarem a crise estes países estão diante da conjuntura de conduzir a dívida pública e, ao mesmo tempo, “sustentar e aumentar a despesa social”, especialmente para atenuar os custos sociais da crise e acelerar o desenvolvimento produtivo. Para o economista brasileiro, os níveis de pobreza e distribuição de renda não melhorarão na América Latina de maneira sustentada e significativa sem políticas fiscais ativas que incidam na qualidade e efetividade dos mercados.
    De qualquer forma, políticas que viabilizem de forma mais rápida e benéfica a recuperação dos países precisam ser implantadas logo já que quem mais sente os efeitos da crise e é diretamente prejudicado é o trabalhador que vê o desemprego crescer.

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  2. Adriana das Neves Rosa 18/03/2010 / 15:45

    Quando se fala em estratégia para saída da crise econômica é inegável concluir que chamado Neo Liberalismo foi arrasado pela recente crise econômica internacional. Verificou-se, mais uma vez, que o mercado não se auto-regula e que é necessário intervenções estatais para que o mercado funcione sem se autodestruir. Seria inocente por demais imaginar que transferir poderes sem limite aos Estados para que determine os rumos do mercado seria a solução do problema. O que se busca é uma tentativa de equilíbrio de poder entre os Estados e o mercado, que fica evidenciado sua necessidade nos momentos de crise, sendo indiscutível que um não sobrevive sem o outro. As intervenções estatais, em momentos de crise, concentram-se no campo fiscal, monetário e de regulação bancária. No campo monetário, pode-se observar que, por parte dos quatro principais Bancos Centrais (BCs) do Mundo (o Federal Reserve, dos EUA, o Banco Central Europeu, o Bank of England, da Inglaterra e o Bank of Japan, do Japão) houve uma redução significativa das taxas de juros. Assim, o BC americano injetou dinheiro diretamente na economia e está assumindo o que costumava ser uma medida típica de bancos comerciais. O sistema financeiro é hoje muito exposto a risco, por diversos motivos, razão pela qual surgem propostas de medidas para regulamentação do sistema financeiro para torná-lo mais sólido e menos propenso a risco. Fato é que a crise está passando mais rápido do que todos imaginavam e seus efeitos não foram catastróficos, ao menos no que diz respeito ao Brasil, sendo que o crescimento da nossa economia foi desacelerado, mas sua recuperação é evidente. Os demais países da América Latina poderiam usar o modelo brasileiro como exemplo.

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