Otan anuncia redução de operações conjuntas com forças de segurança afegãs


A Otan (Organização do Tratado do Atlântico do Norte) anunciou nesta terça-feira que deve reduzir suas operações conjuntas com as forças de segurança do Afeganistão após uma série de incidentes nos últimos dias.

O chamado “fogo verde”, quando soldados afegãos abrem fogo contra os colegas das tropas internacionais, vem aumentando consideravelmente.

Um porta-voz da aliança militar ocidental disse que, no futuro, a coalizão entre as forças internacionais e afegãs só será colocada em ação para operações de grande escala.

Missões conjuntas menores deverão agora ser aprovadas por comandantes de alto escalão utilizando critérios caso a caso.

Analistas acreditam que as novas regras abalam a parte central da estratégia da Otan no Afeganistão, que primava até então pelo trabalho em parceria com as forças locais.

Mais de 50 soldados ocidentais foram mortos por seus colegas afegãos e a polícia local neste ano, sendo 15 só em agosto.

Fonte: BBCBrasil

11 comentários sobre “Otan anuncia redução de operações conjuntas com forças de segurança afegãs

  1. Thiago Sáez de O. Coelho 18/09/2012 / 21:35

    Já se passaram mais de dez anos do inicio da guerra no Afeganistão, uma guerra ideológica, que tinha como pano de fundo a derrubada de uma organização terrorista por parte dos EUA. Temos que admitir que a invasão do Afeganistão e uma consequente derrubada de Osama Bin Laden (líder da organização terrorista Al-Qaeda), não significou o fim da guerra, nem o fim da organização e sequer o fim do terrorismo. Entretanto a invasão do Afeganistão por tropas estrangeiras, que num primeiro momento demonstrou “libertar” a população de um regime ditatorial, foi sendo tomada, aos poucos, pelos nacionais como uma interferência aos costumes, princípios, direitos e sua soberania. Aos poucos a população foi se rebelando contra a intervenção, inicialmente uma rebeldia fraca, sem muita notoriedade na impressa. Contudo essa rebeldia tem se intensificado e acabou por chegar ao exército afegão. A grande questão é que as alianças entre os soldados afegãos e as tropas estrangeiras estão sendo ameaçadas por atentados dentro da própria aliança. Volta-se a tona o famoso caso aonde “o feitiço virou contra o feiticeiro”. Realmente ocorreram ganhos para a população afegã em relação à segurança, abertura externa e uma parcela pequena de desenvolvimento. Contudo já está chegando a hora de cessar essa interferência, uma vez que a vontade se seguir o próprio caminho, ainda que tortuoso, é a vontade e o direito daquelas pessoas.

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  2. Isabela Siqueira Cavanellas 18/09/2012 / 22:34

    A invasão dos Estados Unidos no Afeganistão em 2001 com o pretexto de encontrar Osama bin Laden e outros líderes da Al-Qaeda ,coloca camuflada, de certa forma, um possível objetivo da grande potência americana em reafirmar seu grandioso poder sobre mais uma parcela do mundo. De todo modo, a chamada “Guerra contra o Terrorismo” declarada pelos Estados Unidos representou a libertação de um povo condenado a ditadura e contou dessa forma com o apoio de forças armadas locais. Entretanto, aos poucos a pequena “aliança” formada entre estes países começa a esbarrar na tão ” suada” soberania dos Estados. Fez-se a pergunta: “Até que ponto juntar-se a Eles não significaria nos submeter e permiti-lhes o domínio sobre nós?”
    É claro que um povo tão sofrido com a repressão e autoridade de tal governo, mais cedo ou mais tarde, se incomodaria com essa pequena invasão americana que “sempre quis ajudar”. Desse modo, nos últimos dias a OTAN teve que reduzir as operações conjuntas com forças de segurança afegãs, em virtude dos ataques sofridos dentro do próprio grupo de aliança armada.
    É hora do povo afegão criar forças para se tornar independente de tantas interferências. Contudo, há que se lembrar que sem a ajuda americana, tantos grupos terroristas não seriam derrubados, nem a paz e a segurança haviam se aproximado da população. É necessário um meio termo, ao mesmo tempo que busque sua autonomia, o povo afegão ainda precisa da ajuda americana, mas tudo dentro dos seus limites. Exemplo disso é o fato de a coalizão entre as forças internacionais e afegãs só ser colocada em ação para operações de grande escala.

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  3. Marina Barroso 19/09/2012 / 0:00

    As tropas da Otan encontram-se no Afeganistão desde 2001, contudo não se vê nenhuma melhoria, tendo em vista que se mantém a instabilidade do país, inclusive como consequência da ainda existente resistência contra a ocupação, e não houve modificações expressivas com relação ao cultivo e tráfico de drogas, principalmente o ópio. A única e principal consequência dessa ocupação são as milhares de vítimas fatais causadas por conflitos entre a Otan e grupos de resistência, como o que ocorreu no dia 16 deste mês e que matou 8 mulheres afegãs, simplesmente motivado para acabar com um grande número de insurgentes, como afirmado por um dos porta-vozes da Força Internacional de Assistência para a Segurança (ISAF). Então, questiona-se qual a segurança que estas tropas estão levando para esse país a não ser bombardeios? Não é por meio do emprego de força e violência que se reestruturação um país. Não há nenhuma possibilidade de controlar a produção e o tráfíco de drogas por intermédio de tropas militares. Políticas sociais devem ser pensadas para serem aplicadas em casos como esses, mas nunca pela imposição.

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  4. Gabriela Bergmann 19/09/2012 / 12:58

    A coalizâo entre as tropas da OTAN e do Afeganistão perduraram por mais de uma década. Quando se fala OTAN, subentende-se EUA, cujos interesses econômicos no Oriente Médio superam qualquer norma de direito internacional e respeito com a soberania dos Estados. Logo, “coalizão” não seria o melhor termo, já que as tropas afegãs estavam praticamente à mercê do comando da OTAN.
    O chamado “fogo verde” nada mais foi do que um símbolo da insatisfação militar afegã com o abuso que os norte-americanos vêm cometendo há tantos anos. É claro que matar soldados ocidentais não é a melhor forma de reivindicar um direito á soberania, mas creio que o Afeganistão age por medo, sente-se mais ameaçado pelos EUA do que o contrário. Além disso, parecia não haver outra forma de fazer o governo yanke entender que a permanência das tropas da OTAN no território afegão já não tinha mais cabimento. De acordo com o direito internacional, um país deve respeitar a soberania do outro na ausência de um motivo de relevância que supera a mesma, o que não é o caso relatado. Portanto, lamento muitíssimo pelos soldados ocidentais mortos. Eles não mereciam o sofrimento, muito menos suas famílias, mas tampouco os milhares de afegãos e demais orientais que os norte-americanos já envolveram em seus torpes conflitos econômicos e políticos.

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  5. Renato Dilly Campos 19/09/2012 / 17:43

    A OTAN é uma aliança militar intergovernamental baseada no Tratado do Atlântico Norte que foi assinado em 4 de Abril de 1949. Como vemos, a Otan é criada com o final da 2ª Grande Guerra e constitui um sistema de defesa colectiva na qual os seus Estados-membros concordam com a defesa mútua em resposta a um ataque por qualquer entidade externa.
    Porém, na Guerra do Afeganistão, o que vem ocorrendo é o chamado “fogo amigo”!, situação em que o próprio aliado disfere tiros contra outro. Como este fato tem sido recorrente, a OTAN resolve reduzir as operações conjuntas com soldados afegãos.
    Este fato não é uma limitação da função da OTAN e sim uma tática que permite a segurança de suas forças,e das próprias forças afegãs. Portanto, tal medida da OTAN é correta e obedece ao bem jurídico maior, que é a vida.
    Vale lembra que a OTAN não se omite, quanto à Guerra, pois ainda prestará apoio aos afegãos mas apenas nas ações militares de maior porte, para que possa ser dificultado o tal supracitado fogo amigo.

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  6. Leandro Pacífico Botelho 20/09/2012 / 16:00

    Durante a Guerra Fria, os Estados Unidos e a União Soviética procuraram formar, isoladamente, algumas alianças militares para fortalecer os laços com seus aliados e se proteger de ameaças. A Otan, criada em1949, tinha como objetivos o desenvolvimento de uma colaboração política entre os países-membros e o auxílio militar mútuo, em caso de ataque a um deles. O princípio do tratado era esse: “todo ataque armado contra um de seus membros seria considerado um ataque dirigido a todos”. Em 2002, A Rússia foi convidada a participar da Otan. Tal convite deve ser entendido como uma retribuição ao apoio (apesar de algumas reservas) que o país passou a dar no combate ao terrorismo internacional, empreendido, sobretudo, pelos Estados Unidos, após os atentados de 11 de setembro de 2001. A primeira reação dos Estados Unidos aos atentados foi a guerra no Afeganistão, já em 2001, que teve como pretexto eliminar integrantes da rede terrorista Al Qaeda, especialmente um dos líderes (Osama Bin Laden) e o governo do Tabelan (milícia islâmica que governava o país desde 1996, e que, segundo os norte-americanos, apoiava a rede terrorista de Bin Laden). Mesmo após a derrubada de Osama Bin Laden, a guerra continuou. A população então se rebelou e com direito, já que há mais de dez anos sofre com a interferência direta dos Estados Unidos. Nesta semana, a Otan anunciou que deve reduzir suas operações conjuntas com a força de segurança do Afeganistão, para tentar evitar o constante “fogo verde” (quando os aliados trocam tiros entre si). Eis uma boa medida, que evitará várias mortes.

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  7. Júlia Borges Pereira 23/09/2012 / 18:21

    A OTAN se encontra no Afeganistão desde 2001, sua entrada no país foi com o objetivo de eliminar o líder da rede terrorista Al Qaeda, Osama Bin Laden. Entretanto, mesmo depois de conseguir “eliminar” Osama, a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) não saiu do território, com isso, a guerra se intensificou, pois a população se rebelou com a presença de mais de 10 anos no país e com a interferência direta dos EUA. O chamado “fogo verde”simboliza essa insatisfação militar afegã com o abuso que os norte-americanos vêm cometendo há tantos anos.
    Nos últimos dias a OTAN teve que reduzir sua operações conjuntas com as forças de segurança afegãs, pelo fato dos ataques sofridos dentro do próprio grupo. Já passou da hora do povo afegão reunir forças e colocar um fim nessa interferência da OTAN, que deixa o país desestabilizado, em crise e subordinado. É preciso que se torne independente e soberano para que o país se desenvolva, se estabilize e crie um exército forte que possa evitar a formação de grupos terroristas.
    Deve-se ter uma ajuda no país, uma política social, mas não uma intervenção, uma imposição de outro país, que tira a liberdade da população, do governo. O país precisa se reerguer.

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  8. Rodrigo de Paiva Curi 24/09/2012 / 9:47

    Desde os ataques de 11 de setembro de 2001, tropas da OTAN se encontram em solo afegão, e, desde o início de suas operações, e sobretudo a partir da derrocada da liderança Talibã na região, suas ações (assim como das tropas norte-americanas) são vistas com extremo desgosto pela população local.
    Com extrema pressão pela desocupação do país, cresce cada vez mais a ocorrência de ataques cometidos por soldados locais contra tropas externas, o que vem gerando a necessidade de maiores cuidados pelas tropas conjuntas da OTAN, que vêem suas ações questionadas e seus soldados sobre ataque de “fogo-amigo”.
    Conjugada com a necessidade de diminuição de sua participação, motivada pela crise econômica mundial e a redução com gastos de defesa por grande parte dos países de todo mundo, a rejeição às tropas vem gerando a diminuição das ações conjuntas de pequeno porte, conforme noticiado.

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  9. Jade Rezende 24/09/2012 / 20:50

    A OTAN iniciou sua jornada no Afeganistão sobre a alegação de uma aliança com o governo e seu povo para manter a segurança, assumindo assim a coordenação estratégica da Força Internacional de Ajuda à Segurança (ISAF) neste país. Porem, o que se vê desde o inicio é que essa ‘aliança’ não deu certo, todos os dias desde a intervenção da OTAN no território afegão os noticiários estão estampados de conflitos entre os soldados das tropas internacionais e os soldados afegãos. O objetivo alegado de proteger vidas e manter a paz se vê perdido em meio a tantas tragédias, pois cansados de tantas intervenções o povo afegão se mostra insatisfeito como essa aliança militar, decorrente disso o ‘fogo verde’ que vem aumentando a cada dia. Já visto que o planejamento inicial não deu certo a OTAN resolveu reduzir suas operações conjuntas com o Afeganistão, atitude essa que ira poupar a vida de muitos. Mas a situação não deve ser deixada de lado, deve-se sempre buscar um meio razoável para solucionar situações tão criticas como é o caso do Afeganistão, mas nunca sobrepondo a vontade de um Estado a outro, pois vale lembrar que são todos soberanos para traçar seu próprio rumo.

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  10. Rayssa Azevedo 24/09/2012 / 21:18

    Valendo-se da justificativa de encontrar Osama bin Laden e outros lideres da Al-Qaeda, os Estados Unidos invadiram, há mais de uma década e sem o consentimento da ONU, o Afeganistão. Desde então, o saldo deste conflito vem sendo negativo para ambas as partes: inúmeros soldados, tanto do ocidente quanto do oriente, mortos, além de centenas de inocentes; os gastos com a guerra foram exorbitantes e sem muito êxito para os EUA; e para o Afeganistão, os efeitos da guerra foram devastadores, não só fisicamente, uma vez que a invasão e domínio norte-americano se estendeu a assuntos de cunho interno do país, como seus direitos, deveres e sua própria soberania enquanto Estado.

    Barack Obama, presidente dos Estados Unidos, anunciou em 2011 que começaria uma retirada das tropas norte-americanas de solo afegão. Agora, a OTAN anunciou a redução de operações conjuntas com forças de seguranças afegãs. O motivo? O chamado “ fogo verde”, que é “ quando soldados afegãos abrem fogo contra os colegas das tropas internacionais”. Isso mostra, embora de uma forma não tão agradável como a morte de soldados norte-americanos, que os afegãos, bem mais que os EUA, querem a retirada das tropas a qualquer custo. E mais, mostra que o Afeganistão quer recuperar as rédeas do próprio governo e trilhar por si só o caminho a ser seguido, ainda que isso lhe custe muitas batalhas.

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  11. Bruno Antônio Rocha Borges 31/03/2015 / 14:01

    É bem certo que esse “fogo verde” indica que uma parcela dos afegãos não querem que as tropas internacionais trafeguem por lá.
    E com certo motivo, pois o Afeganistão foi invadido diversas vezes ao longo de sua história, desde Alexandre, o Grande, em 330 a.c., passando pelos conquistadores Mugal , da Ásia do sul, os czares russos, o recente império comunista, o império britânico e recentemente os Estsdos Unidos e a coalizão ocidental. Suas fronteiras e governo têm sido alvo de disputas. Isso mostra que todos têm interesse neste território e os conflitos atuais podem ser vistos como uma extensão para o controle da Ásia Central e seus recursos naturais, bem como da sua posição estratégica no meio da Eurásia.
    É justo que dê mais liberdade para afegãos conduzirem o seu governo apesar das dificuldades, e oferecer ajuda quando este pedir.

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